O primeiro-ministro José Sócrates disse, na entrevista à SIC que terminou há pouco, que a sua convicção é a de que a alternativa ao caminho que traçou é a intervenção externa, a que chamou a “receita FMI”.
Disse também que foi face às dúvidas de diversas entidades externas sobre a exequibilidade das metas do défice público projectado para 2011 que decidiu antecipar as medidas que iriam ser tomadas em Abril para 6ª feira passada. Com um pormenor: não as comunicou nem ao PR, nem à AR, nem aos partidos da oposição nem ao seu próprio partido, como é público e está documentado.
Como a execução orçamental até final de Fevereiro – que o PM disse já conhecer, mas que só será publicada como de costume a 20 de Março – superou as expectativas do governo, e este chamado PEC 4 foi imposto de urgência pela UE – chamado pela Srª. Merkel visitou a Alemanha, momento em que o PM deve ter tido conhecimento do relatório de “compreensive aproach” que lhe originou a pressa – teve uma semana para preparar as medidas extraordinárias camufladas de antecipação das previstas.
Muito curioso é que Sócrates reage ao discurso de tomada de posse do Presidente da República – que até terá tido acesso ao documento, ainda que não via PM, o que o terá levado a produzir o discurso histórico que proferiu – dizendo inicialmente que o Presidente se esqueceu da crise internacional – argumento utilizado por M. Soares hoje mesmo – desviando as atenções do buraco detectado – timidamente aflorado na comunicação social como sendo o do BPN… a incluir nas contas de 2010 – desenvolvendo mediaticamente por várias pessoas a tese do discurso cruel, atirada logo a seguir ao discurso de posse pelo “distante” presidente do governo regional dos Açores Carlos César, e ensaiando assim o “grand finale” da vitimização, objectivando a queda do seu próprio governo por culpa dos outros… pretendendo ainda candidatar-se a novo mandato como primeiro-ministro, afirmou-o hoje mesmo.
Aqui chegados, a alternativa é claramente a intervenção interna.
Concretamente no sentido de exigir publicamente de imediato duas coisas muito simples:
1) a apresentação do rol de medidas do PEC 4 v1 do Governo (que o PM dizia previsto para Abril) comparando-as com o rol de medidas do novo PEC 4 v2 exigido de urgência pela UE e apresentado com as deslealdades conhecidas a vários agentes políticos como de iniciativa governamental pelo PM…
2) é, de imediato, também exigível tanto ao governo como à UE a publicação do relatório de auditoria feito pelos enviados europeus a Portugal, de modo a saber se, sim ou não, existe – e qual é – a dimensão do buraco que, tudo aponta, tenha sido detectado nas contas de 2010. Como boa parte destas foram a base orçamental para 2011 e agora as definitivas não terão sido, portanto, validadas pela UE sem correcção adicional, importa conhecer-se qual a dimensão do buraco-”surpresa” que motivou a esta urgência no PEC 4, não vá ainda a esta antecipação de restrições sucederem-se mais algumas a muito curto prazo. É que convém, evidentemente, que Portugal e os Portugueses conheçam se – sim ou não – o buraco estará ou não anulado por mais esta pirueta da “antecipação de medidas” ou se o PM e o Governo, conhecendo a dimensão real do buraco e sendo ele várias vezes maior, tenham agora enveredado – como parece de várias fontes – por uma táctica de vitimização política desesperada e galopante – mau sinal quanto à dimensão do buraco negro detectado – pretendendo transferir-se para os outros uma responsabilidade que é politicamente de José Sócrates e do PS que, recorde-se, é o partido que governa Portugal há praticamente uma década e meia.
Terá o buraco a ver com o perímetro de consolidação da responsabilidades do Estado, não apenas nas suas contas específicas, mas também com as quase 14.000 entidades com que o Estado “Socialista” ampliou insuportavelmente a Liberdade Económica de Portugal e dos Portugueses, designadamente, nos Bancos e nas Empresas? Fica aqui a pergunta.
Já agora, em tempo de tanto investimento financeiro e político nos recursos on-line, é de toda a conveniência para quem trabalha nas realidades locais e regionais, que seja produzida legislação no sentido de mandar publicar-se as contas mensais das autarquias, das empresas municipais e das parcerias-público privadas municipais também até ao dia 20 do mês seguinte. É que estamos a meio de Março e ninguém conhece essas realidades relativas ao ano de 2010, exceptuando uns ridículos relatórios-síntese, certamente elaborados no cumprimento legal vigente. Talvez só lá para Abril, porque sempre assim foi… Mas será sempre assim que terá que ser?
Obviamente, repito, a alternativa a Sócrates e ao PS não é a intervenção externa.
É a intervenção interna, e é o PSD. Uma intervenção interna firme, pedindo com a máxima urgência esta nova espécie de mapas cor-de-rosa desta espécie de ultimato financeiro germânico-europeu com que este cromo político – que começou a sua campanha inicial precisamente nesta minha desgraçada terra – pretende ainda continuar a enganar a História e um Povo Inteiro, sabe Deus com que prémio já negociado para tão elevado desempenho ao serviço de uma Europa germanizada que (não) evolui perigosamente e perde terreno diariamente na cena política internacional.
Como disse Abraham Lincoln: «Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar toda a gente o tempo todo.»
* Gestor, Coordenador GAP PSD/Lagos
actualização 19.Março, 08:15
Leia AQUI o original do documento apresentado pelo PM Sócrates em Bruxelas intitulado "Note on policy guidelines and measures the Portuguese Government will adopt to address main economic challenges" publicado no Jornal de Negócios online em 18 de Março de 2011 (21:06)
Disse também que foi face às dúvidas de diversas entidades externas sobre a exequibilidade das metas do défice público projectado para 2011 que decidiu antecipar as medidas que iriam ser tomadas em Abril para 6ª feira passada. Com um pormenor: não as comunicou nem ao PR, nem à AR, nem aos partidos da oposição nem ao seu próprio partido, como é público e está documentado.
Como a execução orçamental até final de Fevereiro – que o PM disse já conhecer, mas que só será publicada como de costume a 20 de Março – superou as expectativas do governo, e este chamado PEC 4 foi imposto de urgência pela UE – chamado pela Srª. Merkel visitou a Alemanha, momento em que o PM deve ter tido conhecimento do relatório de “compreensive aproach” que lhe originou a pressa – teve uma semana para preparar as medidas extraordinárias camufladas de antecipação das previstas.
Muito curioso é que Sócrates reage ao discurso de tomada de posse do Presidente da República – que até terá tido acesso ao documento, ainda que não via PM, o que o terá levado a produzir o discurso histórico que proferiu – dizendo inicialmente que o Presidente se esqueceu da crise internacional – argumento utilizado por M. Soares hoje mesmo – desviando as atenções do buraco detectado – timidamente aflorado na comunicação social como sendo o do BPN… a incluir nas contas de 2010 – desenvolvendo mediaticamente por várias pessoas a tese do discurso cruel, atirada logo a seguir ao discurso de posse pelo “distante” presidente do governo regional dos Açores Carlos César, e ensaiando assim o “grand finale” da vitimização, objectivando a queda do seu próprio governo por culpa dos outros… pretendendo ainda candidatar-se a novo mandato como primeiro-ministro, afirmou-o hoje mesmo.
Aqui chegados, a alternativa é claramente a intervenção interna.
Concretamente no sentido de exigir publicamente de imediato duas coisas muito simples:
1) a apresentação do rol de medidas do PEC 4 v1 do Governo (que o PM dizia previsto para Abril) comparando-as com o rol de medidas do novo PEC 4 v2 exigido de urgência pela UE e apresentado com as deslealdades conhecidas a vários agentes políticos como de iniciativa governamental pelo PM…
2) é, de imediato, também exigível tanto ao governo como à UE a publicação do relatório de auditoria feito pelos enviados europeus a Portugal, de modo a saber se, sim ou não, existe – e qual é – a dimensão do buraco que, tudo aponta, tenha sido detectado nas contas de 2010. Como boa parte destas foram a base orçamental para 2011 e agora as definitivas não terão sido, portanto, validadas pela UE sem correcção adicional, importa conhecer-se qual a dimensão do buraco-”surpresa” que motivou a esta urgência no PEC 4, não vá ainda a esta antecipação de restrições sucederem-se mais algumas a muito curto prazo. É que convém, evidentemente, que Portugal e os Portugueses conheçam se – sim ou não – o buraco estará ou não anulado por mais esta pirueta da “antecipação de medidas” ou se o PM e o Governo, conhecendo a dimensão real do buraco e sendo ele várias vezes maior, tenham agora enveredado – como parece de várias fontes – por uma táctica de vitimização política desesperada e galopante – mau sinal quanto à dimensão do buraco negro detectado – pretendendo transferir-se para os outros uma responsabilidade que é politicamente de José Sócrates e do PS que, recorde-se, é o partido que governa Portugal há praticamente uma década e meia.
Terá o buraco a ver com o perímetro de consolidação da responsabilidades do Estado, não apenas nas suas contas específicas, mas também com as quase 14.000 entidades com que o Estado “Socialista” ampliou insuportavelmente a Liberdade Económica de Portugal e dos Portugueses, designadamente, nos Bancos e nas Empresas? Fica aqui a pergunta.
Já agora, em tempo de tanto investimento financeiro e político nos recursos on-line, é de toda a conveniência para quem trabalha nas realidades locais e regionais, que seja produzida legislação no sentido de mandar publicar-se as contas mensais das autarquias, das empresas municipais e das parcerias-público privadas municipais também até ao dia 20 do mês seguinte. É que estamos a meio de Março e ninguém conhece essas realidades relativas ao ano de 2010, exceptuando uns ridículos relatórios-síntese, certamente elaborados no cumprimento legal vigente. Talvez só lá para Abril, porque sempre assim foi… Mas será sempre assim que terá que ser?
Obviamente, repito, a alternativa a Sócrates e ao PS não é a intervenção externa.
É a intervenção interna, e é o PSD. Uma intervenção interna firme, pedindo com a máxima urgência esta nova espécie de mapas cor-de-rosa desta espécie de ultimato financeiro germânico-europeu com que este cromo político – que começou a sua campanha inicial precisamente nesta minha desgraçada terra – pretende ainda continuar a enganar a História e um Povo Inteiro, sabe Deus com que prémio já negociado para tão elevado desempenho ao serviço de uma Europa germanizada que (não) evolui perigosamente e perde terreno diariamente na cena política internacional.
Como disse Abraham Lincoln: «Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar toda a gente o tempo todo.»
* Gestor, Coordenador GAP PSD/Lagos
actualização 19.Março, 08:15
Leia AQUI o original do documento apresentado pelo PM Sócrates em Bruxelas intitulado "Note on policy guidelines and measures the Portuguese Government will adopt to address main economic challenges" publicado no Jornal de Negócios online em 18 de Março de 2011 (21:06)
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