05 fevereiro 2011

O PAÍS NÃO PODE PERDER MAIS TEMPO

(excerto da entrevista do Presidente do PSD ao Económico, 4.Fev.2011)

«"Sim", será um cidadão "livre" nas escolhas que fizer; "não" não depende de ninguém no PSD; "sim" rejeita acusações de "más companhias"; "sim, nada deve e nada teme"; "não", não fará um Governo "PSD-sozinho" mesmo com maioria absoluta: o PSD não é "dono" de nada; "sim" tem equipas, gente, nomes, ideias, projectos"; "sim" a tudo com o CDS "depois", nada com o CDS "antes"; "sim" há hoje uma boa relação com o Presidente da República", mas... "a sua geração não é a de Cavaco Silva" nem ele, Passos Coelho, "quer voltar a esse tempo".




Parece mais interessado no País do que no PSD, mais interessado em mostrar trabalho do que em chegar ao poder...Se e quando houver eleições, temos de ser reconhecidos pelo País como alternativa credível. É preciso arrumar a casa e lançar sementes rápidas de mudança para futuro. Os próximos dois anos - até do ponto de vista europeu - serão decisivos. Vai haver países a fazer o ajustamento necessário para poderem regressar ao mercado com taxas de financiamento das suas economias que sejam sustentáveis e, ao mesmo tempo, com taxas de crescimento das suas economias que atraiam investimento, criem emprego, tragam outro tipo de expectativa positiva, quer aos investidores quer às pessoas. Face a isto, não podemos andar distraídos. E como o tempo passa depressa, também não podemos esperar por eleições ou que o PSD esteja no Governo, para ver o país fazer essas transformações.

Está, então, a construir o "antes", a arrumar a casa, a preparar o caminho para não o fazer só a partir do Governo, um dia...?
É decisivo agir assim! O PSD tem de estar preparado, o próprio país não pode perder mais tempo. Nos últimos quinze anos andámos demasiado distraídos. Não pode ocorrer o mesmo nestes dois que são críticos para o nosso futuro.

Acaba de fazer um discurso em Braga onde propôs, anunciou, defendeu, explicou. Mas onde sobretudo arriscou. Que gostaria que se retivesse desse discurso?
Que chegou a altura de deixar de fazer de conta e de ser consequente com os diagnósticos que fazemos. Andamos há muitos anos a dizer que o Estado gasta de mais. Mas, depois, quando se trata do "onde é que se corta mesmo" ou de definir o que devemos retirar em permanência da órbita do Estado - de modo a poupar impostos e dívida ao país e a deixar mais recursos para a economia crescer e criar emprego e valor - aí começam a aparecer as hesitações e os medos que impedem o Governo de avançar com verdadeiras reformas. Ora, esta falta de ousadia em dar o passo seguinte tem hoje um custo de oportunidade demasiado elevado...

Não "ousar" vai sair ainda mais caro?

A partir deste ano, por razões que são conhecidas, vamos ter inevitavelmente uma redução do crédito à economia e, por esta razão, muitas e muitas empresas correm o risco de fechar por falta de acesso ao crédito na banca. Ora, esta situação é bastante agravada pelo facto de muitas empresas públicas concorrerem, com a garantia do Estado do seu lado, na captação do pouco crédito existente. Temos assim de acelerar rapidamente a reorganização do sector público empresarial se queremos preservar emprego e capacidade de crescimento económico no futuro próximo: saber quais as empresas públicas que devem simplesmente encerrar, porque têm défices crónicos apesar de terem oferta privada alternativa e competitiva em termos de mercado; quais as empresas que, apesar dos défices, estão agarradas a um serviço público que precisa de ser melhor definido e quantificado financeiramente, de modo a sabermos todos quanto estamos dispostos a pagar por esse serviço público, e quais as empresas que, apesar de pertencerem ao Estado, podem ser melhor geridas por agentes privados ou que, então, devem ser privatizadas. São estas respostas que o Governo deve dar rapidamente para não perdermos mais tempo.»

Sem comentários:

Enviar um comentário

PARTICIPE!
Ninguém o fará melhor por si.
Respeitamos a sua privacidade.
Se reside, visita ou conhece o Concelho de Lagos envie também os seus Comentários e Fotos para gap.psdlagos@gmail.com
«Se nos demitirmos da intervenção activa não passaremos de desportistas de bancada, ou melhor, de políticos de café.»
(Francisco Sá Carneiro, 1º Discurso, Matosinhos 1969)
Lagos agradecerá a sua disponibilidade
para CUMPRIR A ESPERANÇA!