por
FERNANDO MARREIRO
Sociólogo
Sociólogo
Vogal da CPS de Lagos do PSD
O desporto de forma generalizada está consagrado hoje em dia como um objectivo estratégico de um município, de uma região e de um país. Contudo muitos são os casos em que a sua evolução e adaptação não passa apenas da criação de espaços destinados à prática desportiva, onde se esquece a implementação de alguns critérios, como por exemplo:
- Adequação desses espaços ás realidades demográficas, sociais e económicas das populações;
- Promoção da adaptação à mudança organizacional (novos conceitos de gestão) das diferentes instituições e colectividades;
- Definição de critérios transparentes e imparciais de financiamento e de atribuição de subsídios;
- Mecanismos que visem a regulação do tipo actividades desportivas praticadas pelas diferentes instituições desportivas;
- Controlo e monitorização por exemplo do cumprimento do plano de actividades e das diferentes modalidades praticadas pelas diferentes colectividades, podendo utilizar isso como factor de diferenciação na atribuição de subsídios, e... muitos outros aspectos!...
A promoção e o apoio ao desporto é uma das competências e obrigações das autarquias, consagrada no artigo 79º da Constituição da República Portuguesa, ou no actual quadro das atribuições e competências definidas em legislação específica. Importa acrescentar, que o desenvolvimento da pratica desportiva e sobretudo a sua adaptação ás novas realidades locais, regionais, nacionais passa pela necessidade de introdução de novos critérios de gestão e organização das diferentes associações, existe a necessidade de inovar e sobretudo o dever de estimular e apoiar a mudança nessas entidades e colectividades que são a base do associativismo desportivo, social e cultural do país … e também de Lagos.
É urgente despertar consciências para a temática - Desporto Sim! Mas com orientação.... - pois é crucial para as diferentes associações desportivas iniciar a definição ou a redefinição de uma Política Desportiva concreta baseada em objectivos estratégicos e operacionais, tendo por base planos de intervenção, onde o diálogo e concertação com os sócios, autarquias, patrocinadores e demais intervenientes no processo é fundamental. Não podemos cair na tentação de continuar a pensar sozinhos, a ignorar opiniões válidas ou criticas fundamentadas… não podemos continuar a politizar as associações desportivas e muito menos o desporto ou em muitos casos a olhar para umbigo!... Neste momento de instabilidade global temos que nos agarrar ao conceito de sustentabilidade criando, mantendo ou desenvolvendo um “novo” conceito de gestão desportiva.
Ao nível do Concelho de Lagos estas “novas” sinergias de gestão, deverão inclusive passar por parcerias entre associações avaliando-se as actuais potencialidades e debilidades do actual panorama desportivo e associativo do Concelho. Pois, existe a necessidade, de identificar, quantificar e avaliar as actuais estruturas desportivas e sobretudo a sua forma de actuar, numa lógica de planeamento coerente e equilibrado que vise a promoção e o fortalecimento do actual associativismo desportivo. Só assim podemos aumentar quantitativamente e qualitativamente a oferta, a procura e a prática desportiva do Concelho. A lógica de actuar só por actuar no imediato ou no curto prazo, que se pratica actualmente em “algumas” associações desportivas locais, não serve os interesses desportivos do nosso Concelho. Reforço a ideia que só com um planeamento transparente, equilibrado e rigoroso conseguimos atingir o Desporto Sim! Mas com orientação….
Ao escrever este artigo pretendo despertar “algumas consciências” para a necessidade urgente de uma resposta concreta e objectiva à actual realidade das Associações Desportivas do Concelho. Pois só de forma integrada, pensada e sobretudo planeada se pode promover de o que de bom se faz neste concelho, mas também existe a necessidade de se elevar, transformar e alterar o que de menos bom também se produz no Concelho de Lagos.
Foto: www.cm-lagos.pt – Campo de Jogos Zona Verde - Bensafrim
De facto esta meditação parece-me correcta e que deve levar as pessoas a pensar, mas por outro lado é muito dificil não politizar o desporto, neste caso em Lagos (atenção não é apenas em Lagos), quando estamos precisamente a escrever num blog dum partido politico.
ResponderEliminarEu sou um filho do concelho, que imigrou há 10 anos, no entanto, visito regularmente até porque as minhas raizes estão aí e espero um dia (espero que breve) regressar, porque de facto penso, ao contrário de há anos atrás, que o nosso concelho é um excelente local para se viver.
Em relação ao desporto e em particular às Associações Desportivas, é impressionante a forma como são manipuladas pelo poder politico, transformando-as em entidades/lugares onde se zela pela afirmação individual ao contrário de se zelar pelo interesse da Associação/Comunidade, tal acontece devido à falta de imaginação dos dirigentes associativos em criarem valor nas suas associações, e assim não estarem sempre à espera do subsidio para sobreviver, e porque grande parte das vezes os representantes das associações estão "colados" a um partido politico. Penso que o principal objectivo destas Associações deveria ser o de servir a comunidade no seu todo (culturalmente, desportivamente, e até com responsabilidade social), é claro que actualmente elas promovem alguns destes objectivos, mas são manifestamente poucos e de pouca escala tendo em conta o potencial e a história que têm. No entanto, reconheço que as pessoas locais também pouco fazem para mudar o cenário, visto que ano após ano existem imensas dificuldades em reunir um grupo de pessoas para suceder às que estão no lugar. É sempre muito fácil estar de fora e dizer que está mal, mas quando chega à hora da verdade, não fazem nada. O desporto pode ser sem dúvida uma alavanca nas associações, mas não basta criar infraestruturas para depois não serem rentabilizadas de uma forma estruturada e produtiva, em articulação com as diversas comunidades/freguesias/população do concelho, sob pena de estarmos a enterrar dinheiro. Era mais ou menos o mesmo que fazer um EB numa das feguesias e depois não ter transportes para os estudantes irem para a escola. Ora aqui está uma ideia, que penso poder fazer algum sentido, à imagem do Estado central, as autarquias devem ponderar descentralizar os serviços, esta é uma ideia que deixo para meditação
Sérgio Casinha