por ANTÓNIO NOGUEIRA LEITE
«Portugal vive há muito acima das suas posses. Não só o país, que gerou uma dívida ao exterior de 120% do PIB como o Estado que acumulou dívidas directas e indirectas de quase 115% da riqueza gerada em cada ano. Este estado de coisas, partilhado com variantes por outros países do arco mediterrânico da Europa levou, no fim-de-semana passado, a uma verdadeira refundação do euro. Esta refundação, muito à custa dos disciplinados e exigentes contribuintes dos países do Norte implica, e muito bem, que também os Portugueses tenham de mudar de vida.
Esta semana o Governo, com o apoio do PSD, iniciou a terapia que a permanência no euro implica e, mais ainda, a viabilidade económica de Portugal impõe. Não é o caminho ideal mas é um caminho que corta com o passado. De uma vez, o governo lança novos impostos, ainda que temporários, que em meio ano gerarão 1050 milhões de euros de novas receitas. Cortará, também em meio ano, um adicional de 1010 milhões de despesa pública. E aceitou que, sob inusitado escrutínio parlamentar, as práticas de desorçamentação de despesa pública iniciadas nos governos de Cavaco e magnificadas com Guterres, Barroso, Santana e o próprio Sócrates possam ser finalmente uma vergonha do passado, por via de auditorias trimestrais ao endividamento total do estado, das empresas públicas e da administração regional e local.
É o começo de um dictat que há muito nos devíamos ter auto-imposto. Estou certo que os próximos anos trarão novas e mais duras medidas.»
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