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Caras amigas e amigos,
Tenho a Honra de anunciar que recebi há momentos a confirmação do Dr. Fernando Nobre de que aceita o convite que lhe dirigi para ser, na próxima legislatura, o candidato do PSD a Presidente da Assembleia da República. Desta forma o Dr. Fernando Nobre aceita integrar, como independente, as listas de candidatos a Deputados do PSD, encabeçando a lista pelo distrito de Lisboa.
Não vos escondo a enorme satisfação que sinto neste momento. Quando fiz este convite, sabia que se tratava de uma iniciativa arriscada e que não seria fácil conseguir um sim da sua parte, pois o Dr. Fernando Nobre foi candidato a Presidente da República e não contou, nessa ocasião, com o apoio do PSD. Mas entendi que o deveria fazer, sobretudo, em nome do interesse nacional.
Com efeito, o Dr. Fernando Nobre conseguiu angariar, nas últimas eleições presidenciais, uma adesão muito importante de cidadãos que se têm mostrado progressivamente desiludidos com a política e com as instituições. E, facto que me parece extremamente importante, pelo que revela da sua atitude de responsabilidade e do seu carácter, fê-lo protagonizando uma candidatura que, sendo independente dos partidos políticos, não se assumiu nunca contra os partidos políticos.
O resultado que o Dr. Fernando Nobre alcançou há poucos meses é bem demonstrativo de que existe um segmento expressivo de portugueses que acreditam na capacidade de regeneração da política e na possibilidade de reconquistar a confiança nas nossas instituições democráticas. E essa tem sido também uma das preocupações centrais da acção do PSD desde que assumi a responsabilidade da liderança do partido. Nessa medida, é decisivo que as instituições democráticas sejam capazes de acolher, ao mais alto nível, o exercício de cidadania plena que os partidos, por si só, não são, nem podem ser, capazes de assegurar, porque em democracia tem de haver política para lá dos partidos. E, na minha perspectiva, a Presidência da Assembleia da República - que é também a 2ª figura do Estado -, corresponde bem a esse perfil elevado de representação simultaneamente cívica e política.
Por todas essas razões, senti que nos encontrávamos perante uma oportunidade única: tentar convencer alguém que gerou, com a sua candidatura presidencial, uma nova esperança de cidadania livre, a levar essa esperança ao Parlamento. Porque se o Parlamento é, por definição, a casa da Democracia, ele tem de ser também, e cada vez mais – até em função do momento especialmente difícil que Portugal atravessa - a casa da Cidadania. Mas também porque é essencial que, de uma vez por todas, se passe das palavras aos actos e se consiga, mas consiga mesmo, demonstrar que o espírito de abertura e de abrangência de que todos falamos está, finalmente, em vias de se tornar uma realidade concreta. Sem intenções escondidas. Com lealdade absoluta.
Louvo a coragem demonstrada pelo Dr. Fernando Nobre ao aceitar este convite. Mas, acima disso, quero agradecer-lhe mais esta prova que dá da sua dedicação a Portugal. Porque a liberdade e a independência com que aceitou o convite são a garantia mais autêntica de que os Portugueses precisam para acreditar que é possível fazer a diferença, numa circunstância em que, porventura, seria mais cómodo deixar tudo na mesma.
Um abraço do
Pedro Passos Coelho