19 janeiro 2011

PORTAGENS NA VIA DO INFANTE: NEM HIPOCRISIA, NEM CONTORCIONISMO.

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A 14 de Janeiro de 2011, a propósito da votação do Projecto de Resolução nº 302/XI/2ª (BE) que pretendia a suspensão da introdução de portagens na Via do Infante, Mendes Bota fez uma Declaração de Voto explicativa da sua opinião, divergente da posição tomada pelo Grupo Parlamentar do PSD, do qual não obteve assentimento para a liberdade de voto que pretendia.
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«Chegados à situação actual, em que o Governo socialista se prepara para introduzir portagens na Via do Infante, a partir de 15 de Abril do corrente ano de 2011, contrariando as múltiplas promessas do Primeiro Ministro, de sucessivos ministros, e dos dirigentes e deputados do PS/Algarve, que juraram imaculadamente aos algarvios, sem qualquer ressalva, que tal nunca se concretizaria, jamais, em tempo algum, tenho a dizer três coisas:

1. Não retiro, nem acrescento, uma única vírgula, àquilo que, esclarecidamente, escrevi em Setembro de 2009;

2. Não retiro, nem acrescento, uma única vírgula, a todas as tomadas de posição públicas que tenho tomado desde então, contra a introdução de portagens na Via do Infante, que sempre vislumbrei a pairar ameaçadoramente sobre a região do Algarve, mesmo no tempo em que nenhuma das vozes que agora pretendem cavalgar o descontentamento popular, se fez ouvir;

3. Não pude, como queria, votar favoravelmente este projecto de resolução, pois tendo solicitado, por escrito, a libertação da disciplina de voto por parte do meu grupo parlamentar, tal não me foi concedido.
 
Nada existe de contraditório nas posições do PSD, e muito menos hipocrisia, sobre a matéria das SCUT em geral, e da Via do Infante em particular. A posição da direcção nacional do PSD foi sempre contrária ao modelo de financiamento das auto-estradas denominadas Sem Custos para o Utilizador. E a posição do PSD/Algarve e a minha própria, embora corroborando a posição nacional sobre as SCUT em geral, sempre entendeu que, pela génese e pelo tempo em que a Via do Infante foi construída, esta merece um tratamento diferenciado.
 
Hipocrisia é, quem tem o poder de decidir e de governar, quem foi o responsável pela desgraçada situação a que o País chegou, quem tudo prometeu para vencer as eleições (o Primeiro Ministro), pretender agora transferir o ónus desta decisão para cima de quem (ainda) não tem nem esse poder, nem a responsabilidade de governar (o PSD).
 
As portagens na Via do Infante vão avançar, com um impacto económico e social tremendo sobre a região, sem sequer esperar pelas obras de requalificação da EN 125, ainda que esteja convicto de que estas não constituem alternativa para a circulação longitudinal do Algarve. O desastre do congestionamento é inevitável. O Algarve recuará nesta matéria duas ou três décadas.»

(excerto da declaração de voto do Deputado José Mendes Bota, eleito pela Região do Algarve. Leia-a na íntegra aqui)


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