05 agosto 2010

COMUNICADO Nº2.2010: A INSÓLITA DECISÃO CAMARÁRIA DE INDEMNIZAÇÃO NO ÂMBITO DA OBRA DE REQUALIFICAÇÃO DA FRENTE RIBEIRINHA




COMUNICADO DA COMISSÃO POLÍTICA 
CONCELHIA DE LAGOS
DO PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA
(5 de Agosto de 2010)

Foi com elevada preocupação que a Comissão Política do PSD Lagos assistiu à insólita decisão do executivo PS de indemnizar em mais de 410 mil euros a empresa Alberto Couto Alves, S.A. (ACA) a quem fora adjudicada a obra de requalificação da Frente Ribeirinha do Programa Polis.

Desde o início do projecto que o PSD tem vindo a colocar dúvidas sobre os benefícios daquele empreendimento, tal como foi projectado, para a cidade e para os Lacobrigenses.

Há uma completa ausência na capacidade de resposta objectiva do executivo socialista à realidade económica e social que o concelho atravessa, que se alia a um crescente sentimento de impunidade proporcionado ilusoriamente pelos resultados obtidos nas últimas autárquicas.

Estando em causa a defesa dos interesses de Lagos, não podemos deixar passar em claro uma situação de insustentável desresponsabilização do PS e dos seus eleitos camarários.

A situação em apreço exige um pedido de esclarecimento e uma discussão aberta à população, face ao impacto que esta decisão vai ter no já difícil equilíbrio das contas da autarquia.

O PSD Lagos, pela voz dos seus eleitos na autarquia, já manifestou nos locais apropriados a total discordância com este tipo de gestão socialista que, de erro em erro, vai obstinadamente acumulando despesas cuja factura será paga pelos Lacobrigenses.

Para que conste e como é bem sabido, a desistência da empreitada, situação diversa da resolução unilateral ou da denúncia contratual, lança sobre o dono da obra a obrigação de indemnizar o empreiteiro pelos danos que tenham afectado a sua esfera jurídica, como se se tivesse resolvido o contrato sem justa causa. A referida indemnização envolve o lucro cessante, mais os gastos e o custo da actividade já desenvolvida, incluindo as despesas suportadas pelo empreiteiro com a aquisição de materiais, incorporados ou não e com a mão-de-obra empregue na execução da obra.

A nossa posição, relativamente às obras públicas e às entidades empreiteiras, é de colaboração activa e de vigilância permanente, crentes de que as obras chegarão a bom termo e concluídas conforme as encomendámos.

Mais uma vez não foi este o comportamento dos eleitos pelo PS na Câmara.

Mas, para além disso, também a justificação proferida pelo Presidente da Câmara “esta foi a maneira que encontrámos de pôr um ponto final nisto e vermo-nos finalmente livres da ACA!” merece cabal repúdio, uma vez que, no nosso entender, o autarca ao “refugiar-se” na subjectividade, pretendeu ocultar a falta de um planeamento cuidado para frente ribeirinha e uma adequada capacidade de diálogo com o empreiteiro respectivo.

Muito há por fazer, e no caso concreto do planeamento gerador de desenvolvimento económico e de emprego, o Concelho de Lagos precisa com urgência de reagir aos recorrentes acontecimentos negativos encontrando soluções para reforçar a coesão social, minimizando as desigualdades crescentes e precisa de trabalhar no sentido de inverter uma situação actual que não soube ou não quis antecipar. Uma situação que é profundamente negativa, que atinge um crescente número de pessoas que atravessam problemas de desemprego e se vêem de novo forçadas a emigrar, assim como um significativo número de empresas de todas as dimensões que, quanto não desaparecem, sobrevivem em grande dificuldade, testando mínimos históricos nas suas facturações e colocando-se cada vez com mais frequência a questão da sua continuidade minimamente sustentada.

Da nossa parte, gostaríamos de ter visto os 410 mil euros em questão investidos no apoio à diversificação do tecido empresarial de Lagos, no apoio às empresas geradoras de emprego, na cultura, na conservação e promoção do nosso património, na prometida rede de núcleos museológicos ou no parque de feiras e exposições.

Face ao exposto, constatamos que é lamentavelmente previsível antever o agravamento das condições financeiras a que nos acostumaram os eleitos municipais pelo Partido Socialista, a quem apelamos veementemente:
Se não sabem planear e fazer não estraguem mais!
Não endividem mais o Concelho de Lagos e todos os nossos Munícipes!

5 de Agosto de 2010
A Comissão Política Concelhia de Lagos do PSD

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